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Audiência discutiu segurança pública no Centro de Ribeirão Preto

A criação do plano municipal de segurança, com a integração das áreas de saúde, segurança, assistência social e sociedade civil, é o objetivo de todos que participaram da audiência
Audiência discutiu segurança pública no Centro de Ribeirão Preto

A Comissão Permanente de Segurança Pública da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, realizou audiência pública na noite desta quarta-feira, 06 de abril, com o objetivo de debater sobre a segurança na área central da cidade.

Conduzida pelo vereador André Rodini (NOVO), vice-presidente da comissão, e acompanhada pelo vereador Marcos Papa, assessores dos vereadores Brando Veiga (Republicanos), Coletivo Popular Judeti Zilli (PT) e Matheus Moreno (MDB).

Com a participação de representantes do Conseg, da Associação Comercial e Industrial (ACI), Ordem dos Advogados (OAB), ambulantes, Conselho Tutelar, Guarda Civil, Secretaria da Saúde e Secretaria da Assistência Social, que expuseram problemas, dificuldades e possíveis soluções.

Uma das maiores preocupações são as câmeras de segurança no quadrilátero central que ainda não estão funcionando.

A falta de um plano de segurança foi apontada pelos convidados como uma das maiores dificuldades. É consenso que um trabalho integrado com as áreas da saúde, assistência social, Conselhos Tutelares, envolvendo trabalho, moradia, além dos agentes da segurança pública.

Com o aumento visível de moradores de rua, principalmente usuários de drogas, os representantes da Secretaria da Saúde confirmaram que com a pandemia houve um aumento de doenças mentais e dependentes químicos. Explicaram sobre o Caps IV, que será instalado no prédio que funciona a UBDS Central, com a proposta de atendimento 24horas, disponibilidade de 20 leitos, além de pronto atendimento e acompanhamento aos pacientes atendidos. Salientou que serão criadas outras duas equipes de saúde na rua, reforçando o trabalho de uma que já está em atividade. A previsão do Caps IV iniciar os atendimentos será no primeiro semestre de 2023, já que atualmente o projeto está em fase de finalização, e a reforma do prédio deverá ser concluída até dezembro deste ano. A contratação dos profissionais que atuaram na unidade será de responsabilidade da Fundação Santa Lydia.

Já o secretário adjunto da Secretaria da Assistência Social, Marcos Guerra, informou que será lançado em breve uma campanha para que a população não doe esmolas, canalizando as doações de alimentos em uma central, para que não exista mais voluntários doando em diversas áreas da cidade. Estuda-se instalar a referida central no Centro POP.

A falta de vagas para jovens aprendizes, projetos sociais, núcleos nos bairros, foi apontado pelo Conselho Tutelar como uma das principais causas do aumento de crianças e adolescentes em situação de mendicância nas ruas.

Um gráfico foi apresentado pela Polícia Militar demonstrando os dados da criminalidade nos últimos anos, mesmo havendo uma queda em 2019, a curva vem em crescimento.

Ainda sobre a demora da instalação das câmeras de segurança na área central, Marcos Papa mostrou sua indignação e acredita que é um dos fatores de maior preocupação no trabalho de combate à criminalidade no município, e citou o exemplo da cidade de São José dos Campos, tendo uma população equivalente à nossa, conta com 1.100 câmeras de monitoramento.

O Coletivo Popular Judeti Zilli, através de sua assessoria, salientou que esse quadro em Ribeirão Preto é resultado da desigualdade social, agravada pela crise econômica, e o que não se pode fazer é criminalizar a pobreza. O assessor ainda lembrou que São José dos Campos possui uma política habitacional, o que não ocorre em Ribeirão Preto.

“Saímos daqui todos confiantes que o mais importante nesse momento é focar no plano municipal de segurança” encerrou Rodini.

Texto: Silvia Morais (MTB 77105/SP)

Fotos: Allan S. Ribeiro (MTB 0081231/SP)